13/05/2008

Milano – Una bella cittá

Ciao!

Pelos posts antigos, acredito que vocês saibam que estive em Milão semana passada – a trabalho, mas fui.

Milão não é Roma, nem Veneza, nem Florença. Milão é a capital comercial da Itália, é a cidade da moda e do design (seja renascentista, neo-clássico, moderno ou contemporâneo). Milão é São Paulo. Acho que também tive essa impressão porque fui a trabalho, e São Paulo, como Milão é isso – BUSINESS.

Além do trabalho, tive mais ou menos 6 horas para visitar a cidade, pegar o metrô (bem sujinho aliás) e conhecer um pouquinho dessa cidade que me lembrou tanto de casa.

Existe um centro histórico que reúne a Duomo (principal catedral da cidade) que teve sua construção iniciada por volta de 1300, e que demorou mais de 300 anos para ser completada, hoje está em plena reforma, mas ainda aberta ao público. Como a praça da Sé, a Duomo marca do ponto central da cidade, com uma diferença – É uma das mais célebres e complexas construções do mundo em estilo gótico, na verdade a segunda maior do mundo. Mas como São Paulo, a cidade cresceu em volta dela e até mesmo o povo italiano é muito parecido, no modo de se vestir, de falar e até as feições, com as pessoas de São Paulo – mas temos que lembrar que temos inúmeros descendentes de italianos no Brasil, principalmente em São Paulo em função do ciclo do café – alguém lembra da novela Terra Nostra?! (Nossa, fui longe demais agora).


Enfim, voltando a Milão – ao lado da Duomo, também em frente a praça, quer dizer, piazza Duomo (onde ficam muitos senegaleses dando milho pra você se refestelar com os pombos, ou pulseirinhas de tecido e depois te pedem uma “doação”…) está a Galleria Vittorio Emanuele. Contruída no século 19 foi e é um marco para Milão, um dos exemplos da evolução dos centros de compra, tendo forma de cruz e um centro octagonal, tudo coberto por um maravilhosos teto de vidro em formato de arco que se sustentam por toda a galeria. Depois de 120 anos de sua inauguração, essa galeria de quatro andares tem de tudo, haute couture, livros, artigos colecionáveis, cafés, bares e é claro, um McDonald’s (malditos!). A galleria conecta dois pontos principais de Milão. A Duomo e o Teatro Alla Scala, que fica na piazza alla scala, na parte posterior da Galleria Vittorio Emanuele.


O Teatro Alla Scala é um dos teatros de ópera mais famosos do mundo. Foi inaugurado em 1778 e seu período de funcionamento é durante o inverno europeu – uma pena não poder ver uma ópera lá, mas com certeza valeu a pena conhecer o lugar. Em frente ao Alla Scala, como também é conhecido, tem uma estátua de uma figurinha batida na Itália – sim, ele – Leonardo. Da Vinci, claro! Para os italianos não existe outro Leonardo, por isso nem se importam em usar o Da Vinci, afinal eles são íntimos desse gênio que foi cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, músico e escritor. (Depois dizem que só usamos 10% de nosso cérebro, pelo menos alguém fez maior uso…). Uma coisa que me aborreceu foi o fato de uma exposição com os desenhos dele só começar no dia 12 de maio, e eu vim embora no dia 11 – mais triste ainda – era baratíssima.


Mas, sem lamentações, Milão tem muito a oferecer, como o Castello Sforzesco, que fica no final da via Dante, saindo da piazza Duomo, através da via Mercanti.
A construção original do Castello começou no século 14. Em 1450 Francesco Sforza começou a reconstruí-lo e depois ele foi modificado pelas diferentes gerações que o seguiram. No século 19, depois da unificação da Itália, iniciou-se a restauração do Castello para transferi-lo do uso militar para o uso público da cidade de Milão. A entrada principal foi reerguida entre 1900 e 1905, como uma homenagem ao rei Umberto I. Infelizmente o Castello sofreu bombardeamentos em 1943 e depois recontruído. Portanto o Castello Sforzesco é uma sopa de letrinhas, composto de diversas partes, as vezes, contraditórias, mas integradas. Hoje nele funcionam a Pinacoteca do Castello Sforzesco, o Museu de Arte Antiga, o Museu de móveis, O Museus de Instrumentos Musicais e Coleção de Artes Aplicadas, o Museus de Arqueologia, Museu Egípcio, Museu da Pré-história e finalmente a Coleção Impressa Achille Bertarelli – UFA! A entrada para todos os museus é de 3 euros – sem dúvidas, vale a visita – pena que eu mesminha não tive tempo…mas isso é um motivo para voltar! Pois na pinacoteca estão expostos a Rondanini Pietá, última escultura de Michelangelo, e o manuscrito do Codex Trivulzianus do Leonardo.


Na parte posterior do castelo existe um parque chamado Parco Sempione, que foi contruído durante a época Napoleônica, no fim dele está o Arco Della Pace (Arco da Paz), monumento muito semelhante ao Arco do Triunfo em Paris. Aliás, diz a lenda que ele foi construído de forma alinhada com o Arco parisiense, de modo a unificar as duas cidades. Quando cheguei ao parque me senti muito em São Paulo. O Parco Sempione me lembrou o Ibirapuera, com a diferença que nesse parque existe uma rede wi-fi com internet de graça para seus usuários, além do povo ser, digamos assim, bem europeu, ou seja, o pessoal deita na grama de sunga e fica super a vontade, como se estivessem na praia. Mas o Sempione me lembra Sampa por ter um monumento histórico assim pertinho, e sem muitos turistas, como no nosso obelisco. Além disso, coladinho ao parque está o Museu Triennale de Design, qualquer lembrança da Bienal é pura coincidência. Ah, me senti em casa, mas meu italiano anda mal, então eu etava quase em casa. (Ainda bem que temos uma língua de origem latina, assim, italianos entendem português e vice-versa, bem naquelas mas dá certo!).


Visitei a Triennale e vi duas exposições: Uma sobre “A Evolução do Design Italiano”que cobria produtos domésticos, decoração, brinquedos, roupas, automóveis, móveis. Uma imersão na cultura que é reconhecida como a pioneira no mundo do design. A outra foi sobre uma manufatura de móveis, principalmente cadeiras, chamada Cassina. A Tok Stok que me perdoe, mas não tem Tok Stok no mundo que chegue perto do que eram essas cadeiras – de verdade! No site tem as mais atuais e utilizáveis – a diversão estava nas muito loucas, como uma que parecia uma capa de rainha, abrindo como se fosse um leque acolchoado laranja por cima do encosto…deu pra sentir né? Cada uma era uma arte em si, seja pelo material, pela montagem ou conceito. De fato, a Cassina mereceu essa exposição. O lado negativo? Não pode tirar foto – de jeito nenhum.


Aí… bom, aí eu já não aguentava mais andar pela cidade e não tinha mais tempo. Tive que voltar para o hotel para o coquetel de recepção (tomar banho, me arrumar e tudo mais). Ahhh, falando em hotel, fiquei em um hotel que era uma obra de arte habitacional contemporânea. Loucura, modernidade, cores, texturas, formas. O hotel é conhecido em Milão por ser o Novo Hotel, de tão pra frentex que ele é. Clique aqui para ver o site do Nhow Hotel.

Além de um trabalho non-stop (pré-durante-pós reuniões) tive umas boas recompensas – como conhecer a Natalie Hopkins da Austrália, que aliás é minha irmã e eu não sabia, se socializar mais com os outros membros da BBN (fui chamada para ir para a Finlândia!) e jantar – todas as noites – em restaurantes maravilhosos, com direito a tradicional muzzarela de buffala milanesa, vista para a Duomo, e até mesmo um show emocionante do Milton Nascimento!

Pode ser que Milão não seja linda em termos de história comparada as outras cidades da Itália, mas Milano tem um sabor que me lembra o meu aconchego da cidade do meu coração – Sampa.

Ciao!

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