06/04/2008

Praha – Česká republika

Ouvi dizer que Praga era bonita, mas na verdade eu não sabia bem o que esperar.
Assim que chegamos notamos a diferença – cidade antiga, limpa, cheia de árvores…e quando chegamos ao centro ficamos boquiabertos. A arquitetura é linda, os prédios completamente detalhados, cartazes de concertos de música clássica por todos os lados. Ruas estreitas de paralelepípedos completam a paisagem que fica cada vez mais linda ao lado do rio Vlatva. Na outra margem, colinas e o castelo de Praga…acho que não preciso dizer mais nada. Se vocês acham Londres charmosa, Praga é absolutamente Ma-ra-vi-lho-sa.

Não tivemos problema nenhum em chegar do aeroporto até o centro através do transporte público. Pegamos um ônibus e metrô e ajudamos um espanhol a chegar ao centro também. Ficamos procurando nosso hostel e quando finalmente achamos (o mais difícil foi entender as ruas – Karlova, Jilska, Celetna…) o Frank, o rapaz do Hostel nos encontrou bem na frente do prédio. Nem entramos no hostel. O Frank explicou que houve um casamento e o pessoal do hostel encaixou um pessoal no quarto que seria nosso e nós teríamos que ir para um Loft que ficava ali perto. O Loft era para 6/7 pessoas, mas ele não nos cobrou nada pela mudança, pois foi responsabilidade deles… e QUE LOFT! Sentimos que tínhamos uma casa em Praga. e a localização are excelente e o lugar super quietinho, não queríamos nem voltar pra Dublin!

Depois fomos conhecer a cidade. Passear sem compromisso, sem procurar pontos turísticos nem nada. só reconhecimento da área. Que linda, linda, linda cidade! Acho que nunca fiquei tão encantada com uma cidade e como é muito turística a maioria das pessoas fala Inglês, Alemão e Tcheco, claro.


Os menus dos lugares também estão em várias línguas, mas não julgem a qualidade do restaurante pelas traduções, que muitas vezes apresentam erros gramaticais, afinal, são apenas menus.

As cervejas locais são ótimas e baratas. Entre a Pilsner Urquell, Budvar, Krusovice e Starospramen o Eric preferiu a Krusovice e os pratos típicos… hmmmm, baratíssimos e maravilhosos. Comemos como nunca!

No dia seguinte fomos visitar os pontos turísticos: Old Town Square, Loreto, Castelo de Praga, Catedral de São Vito, Golden Lane, Pequeno Quarteirão, Igreja de Nossa Senhora da Vitória, Charle’s Bridge, Casa dançante e o Golden Gate. Ufa!

Como teríamos de andar até lá em cima (perto do castelo) resolvemos comprar um ticket, que vale por 20 minutos, para andar ou de ônibus, ou de bondinho ou de metrô. Entramos no bondinho e não validamos nossos tickets, e nem tinha fiscal nem nada (olha a gente desafiando a sorte). Chegamos lá em cima (perto do castelo) e ficamos com nossos tickets para validar, ou seja, poderíamos usá-los outro dia! YEY! Ganhamos tickets para transporte!

Quando visitamos o Loreto fiquei impressionada com a arquitetura Rococó, que me remeteu imediatamente às igrejas de Minas Gerais. Além disso, no Loreto existe uma réplica da casa de Virgem Maria, onde ele teria recebido a visita do anjo Gabriel em Narazé, mas que diz lenda, foi tranportada para a região de Loreto, na Itália. Essa réplica é uma tentativa de catequização do povo Tcheco, que também tem fortes influências Judias…é uma mistura interessante, mas cada parte é bem distinta.
De lá, andamos até a entrada lateral do Castelo de Praga e que surpresa agradável: Além da vista de toda a cidade, havia um grupo de senhores tocando uma melodia tão linda e singela como Praga. Naquele momento fiquei em êxtase!

O castelo não é bem um castelo, mas um complexo de prédios e pequena ruinhas e a parte principal é a Catedral de São Vito. Enorme e magnífica, é altamente decorada e recheada de altares, os vitrais são uma coisa a parte, em especial o vitral feito pelo Alphonse Mucha. Para completar a visita à catedral, subimos na torre para ter uma vista ainda melhor da cidade…Bom, 286 degraus depois estávamos sem fôlego. Primeiramente porque são muitos degraus numa escada estreita e em espiral e depois porque só confirmamos o que já sabíamos. Praga é linda. Mesmo com o céu acinzentado!

Uma das coisas que me deixou mais frustrada foi o fato de a Golden Lane, rua onde Kafka morou dentro do complexo do castelo, ser fechada e só ter acesso quem tinha o bilhete de entrada. Mas esperem que o bilhete de entrada não era somente para a Golden Lane, mas para o museu da história do castelo e apara a basílica de são Jorje, que também ficam dentro do complexo do castelo. Adivinhem só que o preço era ridículo e eu só queria tirar uma foto na frente da casa do Kafka, mas os seguranças não deixaram eu entrar. Cabisbaixa e inconformada estávamos indo embora quando olhei pro chão e vi um papel. Curiosa como sou, peguei e adivinhem só…eram 3 tickets de entrada! E vocês não sabem da melhor! Em cada atração o ticket é perfurado, para que não visitem o mesmo lugar mais de uma vez e adivinhem só qual era a ÚNICA atração que não estava perfurada…SSSSIIIIM! A Golden Lane! Ah, foi uma coisa inacreditável! A Juliana disse que meu santo é forte, eu acho que é santo, destino, o segredo, tudo! O mais importante é que visitei a Golden Lane! Aqui está minha foto na frente da casa do Kafka.
Depois descemos para a Charle’s Bridge, com direito a visita a Nossa Senhora da Vitória, onde vimos uma réplica genuína da Nossa Senhora Aparecida e o famoso Menino Jesus de Praga.

Chegando na Charle’s Bridge tive uma sensação similar, mas numa escala bem menor de passar pela London Bridge. As duas são pontes com torres de cada lado, mas são diferentes. A Ponte de Charle’s separa os dois lados de Praga e toda sua extensão tem estátuas de santos católicos em cada segmento da ponte. Durante o dia ela é cheia de comerciantes vendendo lembrancinhas. Coisa pra gringo, como a gente, ver. As torres dos dois lados são abertas para visitação e geralmente estão vazias. Elas não são altas, mas Praga é baixinha também.


Depois caminhamos em direção a cidade “nova”. Onde o comércio é menos turístico – aqui florescem megalojas, supermercados e shoppings centers. Quase na divisa das cidades “velha”e “nova”, está a Casa dançante, que lembra muitísimo Gaudí, em Barcelona, e cria um contraste lindíssimo com o resto da arquitetura da cidade, que é bem tradicional.

Depois de tanto passeio, fomos dar uma relaxada e esperamos a noite cair, porque ouvimos dizer que a vista do Castelo e da Charle’s Bridge a noite é espetacular… e adivinhem só se não era mesmo!


Mesmo com um friozinho, cada segundo valeu a pena. A cidade é tão limpa e linda que temos a impressão que estamos num set de filmagem e que tudo é de mentirinha… ainda bem que não é!
No dia seguinte fomos visitar o Quarteirão Judeu. Lá, existem muitas sinagogas que contam a histórias dos Judeus Tchecos. Em uma delas, na Pinkas, estão escritos nas paredes os nomes de todos os judeus que foram levados de Praga durante a segunda guerra mundial. São mais de 80.000 nomes. No segundo andar dessa mesma sinagoga estão desenhos das crianças judias que também foram levadas. Nesses desenhos estão retratadas o dia-a-dia delas entes e depois da invasão dos Nazistas. Muito emocionante.

Ao lado da Sinagoga Pinkas há um cemitério muito interessante. Não me levem a mal, mas os Judeus foram muito oprimidos em Praga e
entre os séculos 15 e 16 eles foram proibídos de expandirem o cemitério e tiveram de enterrar os mortos uns em cima dos outros. O resultado são milhares de lápides aglomeradas. O número de lápides é 12.000, mas o estimam que o número de mortos enterrados ali seja aproximadamente 10 vezes maior…

As outras Sinagogas (Maisel, Espanhola e Klaus) além do Hall de Cerimônias, exibem uma exposição sobre os costumes e dia-a-dia judaicos, com explicações, artefatos, e mobília. Muito lindo e interessante. Fiquei particularmente intrigada com a Sociedade Funerária e todos os rituais que existem entre os Judeus em relação à morte. Admirável.

Resolvemos então conhecer a Wenceslas Square, uma das ruas principais de Praga. No caminho encontramos uma rua com uma feirinha enooooorme de artesanatos, que é claro, tivemos que dar uma espiadinha para ver como era, mas não ficamos muito por lá não, queriamos ver a Wenceslas Square.

Conhecida por ter muitos hotéis, lojas e restaurantes, a Wenceslas Square fica bem na frente do Museu Nacional da República Tcheca – um museu de história natural, geologia e arqueologia. A Juliana e o Murilo visitaram esse museu, o Eric e eu não fomos porque eu queria ir ao Museu do Alphonse Maria Mucha.
Mucha foi um ilustrador e designer gráfico tcheco. Foi um dos principais expoentes do movimento “Art Nouveau”. Acho que vocês entedem o porque eu queria ver o Museu dele, mas não pude tirar fotos lá dentro. Uma pena. mas fiquei muito feliz porque lá passava, em vídeo, um documentário sobre a vida dele, que foi muito legal.

Bom, depois de tanto passeio, fomos descansar, porque no dia seguinte tínhamos um avião para pegar…bom, vocês lembram dos tickets que sobraram do nosso passeio ao Castelo? então, usamos eles no metrô para irmos em direção ao aeroporto. Validamos os tickets e logo que entramos no metrô dois guardas vieram verificar nossos tickets! Que sorte que validamos! O único problema é que tínhamos que pegar mais um ônibus e nosso ticket não era válido para comutação, então decidimos que pagaríamos o motorista do ônibus quando chegássemos lá. Assim que fomos entrar no ônibus, me ofereci para pagar a passagem, mas o motorista não falava inglês. Só fez um gesto com o braço para entrarmos no ônibus e fechou as portas. Fomos para o aeroporto de graça! 🙂


Bom, sem palavras pra dizer. Se alguém vier pra europa visitem Praga. É obrigatório!

Tenham uma ótima semana!

Postado por: | Comments (5)

  1. Ótimas dicas e Praga é imperdível, dá para conhecer bem em um final de semana? Vou imprimir e levar seu roteiro de viagem. E a casa do Kafka é imperdivel. Seu sorte é fortíssimo, já o meu… hahaha

    Comentário by Marcondes — 04/08/2010 @ 2:03 am

  2. Olá Marcondes!

    Um final de semana é o suficiente para conhecer Praga sim e é uma cidade absolutamente linda…Eu não sei se é sorte ou se eu simplesmente amo tudo, ou quase tudo do que conheço, mas existem alguns lugares no mundo que são incríveis e Praga é um deles. Dizem que durante o inverno (dezembro e janeiro), quando a cidade está coberta de neve, ela é ainda mais linda…(suspiros). 🙂

    Fique à vontade para usar as informações que você precisar e se quiser, é só me escrever!

    Beijinhos

    Comentário by Tarsila — 04/08/2010 @ 9:44 am

  3. Parabéns Tarsila…com ceteza incluirei Praga no meu roteiro…adorei as fotos beijos

    Comentário by Maria Dolores — 03/07/2011 @ 6:56 pm

  4. Olá Maria Dolores!

    Ah, inclua sim! Praga é absolutamente linda! 🙂

    Beijinhos

    Comentário by Tarsila — 04/07/2011 @ 8:23 pm

  5. Praga é linda,agora quanto mal que os alemaes nazistas fizeram a humanidade.

    Comentário by VALMIR — 18/07/2012 @ 3:14 pm

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